O formato foi diferente dos torneios pré-guerra. Os treze selecionados foram divididos em grupos na primeira fase. O grupo 1 contou com Brasil, Iugoslávia, México e Suíça. O Brasil venceu os mexicanos por 4 a 0, empatou em 2 a 2 com a Suíça e venceu os iugoslavos por 2 a 0. A seleção brasileira se classificou para a fase final, já que foi o primeiro do grupo com cinco pontos.
No grupo 2 tinha as seleções do Chile, Espanha, EUA e Inglaterra. Foi nessa chave que houve, se não a maior, uma das maiores zebras em Copas do Mundo. Os Estados Unidos bateram a seleção inglesa pelo placar mínimo, algo inesperado, já que os norte-americanos tinham pouca expressão futebolística e a Inglaterra era uma das potências. Os espanhóis se classificaram para a próxima fase.
Já o grupo 3 contou com apenas três seleções: Itália, Paraguai e Suécia (a classificada do grupo). Por fim, o grupo 4 teve apenas dois times e somente uma partida. O Uruguai bateu a Bolívia por 8 a 0 e se classificou.
A fase final da Copa na verdade era uma quadrangular do título. Quem fizesse mais ponto era o campeão mundial. No dia 09 de julho o Brasil goleou a Suécia por 7 a 1 (placar que hoje nos assusta), grande destaque para Ademir, goleador brasileiro com quatro tentos e o Uruguai ficou no empate, 2 a 2 com a Espanha. Na segunda rodada o escrete brasileiro aplicou outra goleada: 6 a 1 no time espanhol. Os uruguaios venceram a Suécia por 3 a 2.
Com duas goleadas na fase final, a grande maioria da nação anfitriã entrou no clima de oba-oba. Jornais às vésperas do jogo decisivo contra a celeste olímpica já taxavam o Brasil como campeão do mundo. Isso com certeza motivou ainda mais os uruguaios. No dia da grande final, um domingo, 16 de julho, houve o jogo Suécia 3 x 1 Espanha, que definiu o terceiro lugar para os suecos. Mas, o que interessava mesmo era a partida do Maracanã. Estádio lotado, todos esperando ver o título brasileiro. Discursos políticos antes da partida, e com isso a pressão aumentava no bom time brasileiro. Só que esqueceram de avisar os uruguaios.
O Brasil saiu na frente com Friaça aos dois minutos do segundo tempo. Aí todos os torcedores davam como certo o título. Mas, com o brio aflorado, a seleção celeste empatou aos 35 com Schiaffino. Até aí o título ainda era brasileiro. Porém, dois minutos depois, Ghiggia acabava com a festa. Ao soar do apito do árbitro, o Maracanã ficou em total silêncio. Deu Maracanazo. Deu Uruguai bi mundial.
Esta foi a melhor participação brasileira até então, tendo o artilheiro da competição (Ademir com nove gols), o melhor ataque com 22 gols e o vice-campeonato mundial inédito. Mas, se hoje não dão importância para o segundo lugar em nosso país, naquela época não era diferente. Os bravos jogadores brasileiros foram condenados e perseguidos injustamente pela derrota final (aliás a única desse mundial). O saudoso goleiro Barbosa disse em vida: "A condenação máxima no Brasil é de 30 anos. Estou pagando quase 50".
Parabéns Uruguai Bicampeão Mundial 1950. Veja o pôster com os campeões!
Curta: www.facebook.com/postercampeao
Nenhum comentário:
Postar um comentário